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Quem foi o melhor presidente dos últimos 40 anos?

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Desde que os militares deixaram o poder, em 1985, o Brasil teve oito presidentes — entre eleições diretas, impeachments, crises econômicas, uma pandemia global e alguns momentos de prosperidade. Em meio à tumultuada história do período pós-democratização, será que é possível identificar qual deles teve o melhor desempenho à frente do país?

Pedimos aos colunistas da Gazeta do Povo que dissessem — e explicassem — quem consideram o melhor presidente da Nova República. Dezessete deles participaram da enquete, que revela não apenas uma avaliação das gestões, mas também diferentes visões sobre o que significa governar bem o Brasil.

O resultado da consulta mostra uma concentração de votos em dois nomes centrais do período democrático recente — com Jair Bolsonaro aparecendo como o mais votado, seguido por Fernando Henrique Cardoso.

Bolsonaro recebeu o maior número de menções, sete. Os colunistas lembram que o “capitão” governou diante de crises históricas e, ainda assim, apontam conquistas como crescimento de 3% em 2022, inflação abaixo da norte-americana, superávit fiscal e estatais lucrativas. 

Muitos também afirmam que ele entregou o país menos endividado e rompeu um suposto pacto oligárquico. Outros destacam uma queda de mais de 20% na taxa de homicídios e sua defesa de pautas pró-vida e da família tradicional. 

Fernando Henrique ficou em segundo lugar, com quatro votos. Sua escolha foi justificada principalmente pela estabilidade econômica alcançada com o Plano Real. O seu legado ainda inclui o maior programa de privatização de empresas estatais e a garantia das condições mínimas para que a vida social e econômica se desenvolvesse de modo consistente. 

Outros dois presidentes foram mencionados, embora em menor número. Michel Temer recebeu dois votos, que valorizaram sua figura de estadista e a condução de reformas importantes em um curto período. 

Também citado duas vezes, Itamar Franco teve sua importância ligada à humildade e à falta de ambições políticas — mas, especialmente, por ter confiado na equipe que implementou o Plano Real. 

Nenhum presidente do PT recebeu menção. José Sarney e Fernando Collor também não foram votados 

A enquete ainda traz vozes que rejeitam a ideia de um “melhor presidente”. Um dos colunistas afirmou que esse título ainda está por vir, ao considerar a Nova República um modelo falido de “oligarquia rentista medieval”. 

Outro sugeriu que o melhor presidente seria, na verdade, uma combinação de alguns que já ocuparam o cargo — porque cada um deles, à sua maneira, contribuiu para o avanço da modernização do país.

A seguir, conheça a escolha de cada colunista e o que pesou em sua decisão sobre o melhor presidente da Nova República. 

Adolfo Sachsida 

Jair Messias Bolsonaro foi o melhor presidente do Brasil. Enfrentou a maior pandemia em um século, a pior crise hídrica em cem anos, a mais grave guerra europeia em 75 anos e a elevação mais rápida das taxas de juros internacionais desde 1980. 

Mesmo diante de tantos desafios, ao final de seu governo, em 2022, entregou um país com uma taxa de crescimento de 3%, inflação menor do que nos Estados Unidos (fato inédito desde o início da série histórica), com superávit fiscal, estatais lucrativas e um amplo conjunto de reformas macro e microeconômicas que elevaram a produtividade e ampliaram a capacidade de crescimento sustentável da economia brasileira. 

Mais do que números, seus resultados se refletiram na vida das pessoas: o valor médio do Bolsa Família foi triplicado — de R$ 189 em 2019 para R$ 600 em 2022 —, a taxa de desemprego recuou, e a política de segurança pública promoveu uma redução superior a 20% na taxa de homicídios, além da virtual extinção das invasões de terra nas áreas rurais do país. 

Por sua condução firme da economia, pela atenção às políticas sociais e pelo combate decidido à criminalidade, parece justo reconhecer Jair Bolsonaro como o melhor presidente da história do Brasil. 

Alexandre Garcia 

Minha escolha fica com dois: Itamar Franco e Jair Bolsonaro. 

Itamar porque, mesmo sem entender bem o que estava aprovando, como ele próprio me disse, confiou na equipe que fez o Plano Real, inspirada no meu parente alemão Hjalmar Schacht, que acabou com a desvalorização louca do Marco. No Brasil, durante o governo Sarney, a inflação era de 84% ao mês, 5.000% ao ano! Esse não foi como os outros planos. Logo deixou de ser plano para ser cotidiano e hoje temos moeda estável graças ao governo Itamar. 

E Bolsonaro porque ele foi o oxigênio que despertou chamas na brasa dormida de uma maioria liberal na economia e conservadora nos costumes, que assistia passiva à sucessão de governos de esquerda desde Fernando Henrique. Bolsonaro teve a humildade de reconhecer que não entendia de economia e entregou o setor a Paulo Guedes que, se tivesse mais quatro anos, teria conseguido uma transformação que a esquerda estatizante não conseguiria mudar. Tal como Itamar com a moeda, Bolsonaro é responsável pelo que ficou: o Brasil dos que agora exigem ética, justiça, transparência nas urnas e cumprimento da Constituição. 

Carlos Alberto di Franco 

A definição do nome está relacionada a alguém que encarnou a figura de um estadista. Destaco o presidente Michel Temer. A razão é simples: teve muito pouco tempo de governo e soube construir consensos para aprovar reformas muito importantes. Destaco entre elas: a Reforma Trabalhista, a Reforma do Ensino Médio, o estabelecimento do Teto de Gastos para o governo, a preparação da Reforma da Previdência, a recuperação das estatais, etc. 

Cristina Graeml 

Bolsonaro foi o melhor de todos os presidentes da Nova República. São do governo dele os melhores resultados econômicos, desde recordes de arrecadação, mesmo com a maior redução de impostos já registrada no Brasil — mais de 4 mil impostos e taxas reduzidos ou extintos em quatro anos; o maior lucro das estatais; a maior quantidade de obras finalizadas e entregues (entre elas a transposição do Rio São Francisco); a maior reforma agrária já feita no país, com a distribuição de quase meio milhão de títulos de terra a assentados, e importantes mudanças na legislação, como as aprovações da reforma da Previdência, do Marco Legal do Saneamento, da Lei da Liberdade Econômica, da Lei de Navegação de Cabotagem, entre inúmeras outras. 

Não lembro de outro presidente que tenha cumprido tão à risca ou mesmo superado o que havia prometido em campanha, mesmo enfrentando a maior campanha difamatória já vista contra um político no Brasil, uma feroz campanha de desumanização por parte da imprensa, um Judiciário ativista e de oposição ao seu governo; e os desafios brutais da pandemia e da Guerra da Rússia contra a Ucrânia. 

Se fosse para citar um único feito eu destacaria que Bolsonaro foi o único presidente da Nova República que entregou o país menos endividado do que recebeu. Isso por si só teria colocado o país numa curva de crescimento jamais vista, caso o tripé controle de gastos, redução de impostos e aumento de receita tivesse tido continuidade, o que infelizmente não aconteceu no governo Lula. 

Danilo de Almeida Martins 

Não obstante haja inúmeras características aptas e adequadas para qualificar os presidentes da Nova República, vamos preterir todas em função de uma única, qual seja, a de ser pró-vida. 

Com efeito, o simples fato de o agente político pautar seu agir pela defesa intransigente do direito mais fundamental que existe já está a indicar toda uma sorte de qualidades de caráter e de compromisso com a verdade, que reverbera em todas as outras áreas de sua administração. 

Assim, obviamente excluídos aqueles provenientes de partidos progressistas, julgamos que o melhor presidente do Brasil desde a Nova República é aquele que saiu do mero discurso dissimulado e efetivamente realizou ações em defesa da Vida, sem temer as consequências: Jair Messias Bolsonaro. 

Flávio Gordon 

Desde sua origem, a República brasileira se destacou pela ausência de participação popular. Aristides Lobo notou em 1889 que o povo “assistiu bestializado” à proclamação da República, obra exclusiva dos militares. O mesmo padrão elitista marcou a Nova República: fruto da imaginação da esquerda intelectual dos anos 1960, ela foi tão oligárquica quanto a Velha. Sob hegemonia das forças que combateram o regime militar, o país viveu até 2018 uma democracia formal, porém disfuncional — uma engrenagem institucional incapaz de traduzir a vontade popular. 

Culturalmente, formou-se um abismo entre o povo conservador e uma intelligentsia progressista hostil aos seus valores. Politicamente, o poder alternou-se entre PT e PSDB — dois partidos de esquerda, distintos apenas em nuances econômicas, mas unidos na mesma visão de mundo. O eleitorado de direita, órfão de representação, via-se obrigado a apoiar tucanos envergonhados do próprio rótulo. 

Foi dessa farsa democrática que emergiu Jair Bolsonaro, símbolo de uma reação contra o regime da Nova República e de seu falso discurso de “soberania popular”. Apesar de falhas táticas e hesitações em momentos decisivos, Bolsonaro foi o primeiro governante a romper o pacto oligárquico, dando voz a uma parcela imensa da população ignorada pelas instituições. 

Seu governo representou, mais que uma tentativa de alternância de poder, um esforço para derrubar a ordem elitista e reconstruir a democracia sobre bases realmente representativas. Mesmo não tendo levado o projeto a termo — em grande parte devido à astúcia e à ferocidade de seus inimigos —, permanece o mérito de haver tentado. Por isso, ele foi de longe, para mim, o melhor presidente desse período. 

Francisco Escorsim 

Escolher o melhor presidente da República Nova não é difícil, pois nenhum fato político foi mais importante do que a criação do Plano Real, que deu estabilidade econômica ao país, e que ainda se mantém, mais de 30 anos depois, ainda que aos trancos e barrancos. É por causa deste plano que Fernando Henrique Cardoso tem de ser considerado o melhor Presidente. 

Embora tenha sido elaborado durante o governo de Itamar Franco, foi FHC, seu ministro da Economia, o responsável pela medida e que consolidou o plano em seus governos. Lula, no que foi bem sucedido, só o foi graças a essa estabilidade econômica herdada de FHC, que só correu riscos de ser perdida com os governos Dilma e, agora, com o terceiro mandato do próprio Lula. 

Todos os que vieram antes do Plano Real falharam no mais importante para o país, o que o plano conseguiu corrigir, enquanto o governo de Jair Bolsonaro, que teria boas chances de realizar algo melhor, foi muito prejudicado pela pandemia da Covid, não conseguindo ser, historicamente, mais do que um soluço desestatizante rapidamente “curado” pelo atual governo. 

Francisco Razzo 

O melhor presidente da Nova República foi Fernando Henrique Cardoso. Minha infância e adolescência, nos anos 1980 e início dos 1990, foram marcadas pela instabilidade econômica: salários corroídos em questão de dias, famílias correndo ao supermercado antes que os preços mudassem, a vida submetida a uma inflação devastadora. Lembro-me bem da moeda mudando de nome a cada governo — Cruzeiro, Cruzado, Cruzado Novo, Cruzeiro outra vez — uma sucessão que traduzia o desespero nacional diante da hiperinflação. Ou seja, sintoma da instabilidade. 

Como ministro da Fazenda, FHC foi o principal articulador do Plano Real, lançado no governo Itamar Franco. Como presidente, teve a responsabilidade de consolidar a nova moeda e transformar a estabilidade em política de Estado. A estabilidade monetária devolveu previsibilidade ao cotidiano: famílias puderam organizar suas finanças, empresas voltaram a investir e o Estado passou a administrar suas contas em bases reais. FHC foi o presidente que garantiu ao país as condições mínimas para que a vida social e econômica pudesse se desenvolver de modo estável e relativamente seguro. 

Franklin Ferreira 

Jair Bolsonaro pode ser considerado o melhor presidente do Brasil por defender publicamente a vida desde a concepção, a família tradicional e a liberdade religiosa. Seu governo combateu a ideologia de gênero, fortaleceu a segurança pública, valorizou forças policiais e reduziu significativamente os índices de criminalidade, sem escândalos de corrupção envolvendo sua gestão. 

Na economia, promoveu o livre mercado, enxugou a máquina estatal, reduziu ministérios e impostos, cortou privilégios na mídia (como Globo e Folha) e na Lei Rouanet, além de fortalecer relações com os EUA, incentivando o turismo e isenção de visto. Para muitos cristãos, representou um freio ao avanço do progressismo moral. 

Apesar de lhe faltar sobriedade retórica e habilidade nas relações institucionais, na pandemia buscou equilibrar vida, liberdade e sustento familiar. Opôs-se a lockdowns prolongados, garantiu vacinas, liderou ampla campanha de imunização e ofereceu auxílio emergencial, defendendo responsabilidade individual e lutando contra excessos autoritários de governadores, prefeitos e STF. 

Guilherme Macalossi 

O período que compreende a Nova República não foi generoso na oferta de lideranças políticas qualificadas. Na verdade, há, isto sim, uma contínua depreciação no material humano formado. Essa “tendência”, se é que se pode usar tal termo, se reflete também nos nomes que ocuparam o Palácio do Planalto como chefes de Estado. 

Na maior parte das últimas décadas, o que tivemos foram mandatos medíocres intercalados por alguns momentos de administração efetiva. Nossos bons governantes ou herdaram um país tumultuado ou tiveram seu ciclo interrompido por governantes medíocres. E, nesse contexto, é impossível não evidenciar o papel civilizador de Fernando Henrique Cardoso, que deu ao Brasil seu lugar no mundo, consolidando o fim da hiperinflação e o início da economia real, lastreada em políticas minimamente efetivas. 

O país que dá certo é filho das conquistas de seus oito anos, e isso inclui o legado de proteção social, nem sempre gerenciados com propósitos nobres. Há um Brasil antes de Fernando Henrique e outro depois, e é essa distância que se dá entre ele e todos os seus demais pares 

Jorge Serrão 

Melhor Presidente da Nova República? Resposta curta, sincera e verdadeira: Nenhum! Culpa da falência do modelo de Oligarquia Rentista Medieval com o Presidencialismo de Coalizão — que acaba sempre em colisão. 

Tancredo Neves morreu antes de assumir. José Sarney, Presidente por acidente, criou o ambiente para o monstro da Constituição de 1988. Fernando Collor se deixou tragar pela vaidade e pela roubalheira sistêmica, até ser derrubado. Itamar Franco apenas fez transição medíocre para a Era Tucana. Fernando Henrique Cardoso implantou o modelo social democrata, com excesso de regramento estatal que viabilizou a Era PT. 

Lula da Silva e Dilma Rousseff aproveitaram para consolidar o aparelhamento da máquina e a sofisticação da corrupção sistêmica em aliança com o rentismo que domina o sistema estatal. Michel Temer herdou a herança tucano-petista para insuficientes reformas que pretendiam viabilizar o retorno tucano ao poder. Só que deu zebra! Jair Bolsonaro venceu, tentou reeditar um governo militar com reformas liberais, mas perdeu a guerra de comunicação e permitiu o retorno do PT, em aliança com uma “Supremocracia”, que toca a presente Tirania Tupiniquim, com alto risco de sequência, via reeleição. 

O “melhor” Presidente está ainda por vir, se o Brasil conseguir o milagre de neutralizar a oligarquia e implantar uma República de verdade. 

José Fucs 

Decorridos 40 anos desde a redemocratização do país, em 1985, é difícil dizer quem foi o melhor presidente da República no período. Ainda hoje, o Brasil continua a ser o eterno país do futuro e não o grande país do presente que poderia ter se tornado. Talvez o melhor presidente da chamada Nova República seja, na verdade, uma mistura de alguns dos que ocuparam o cargo de lá para cá. Mesmo com seus problemas, eles contribuíram, cada um ao seu modo, para o avanço da modernização do Brasil. 

Fernando Collor, apesar das acusações de corrupção que levaram ao seu impeachment, abriu a economia do país. Itamar Franco, ainda que a contragosto, implementou o Plano Real, que acabou com a hiperinflação. Fernando Henrique, que comandou a implantação do Real como ministro da Fazenda de Itamar, consolidou a estabilização da economia, embora tenha lançado as bases do Estado de bem-estar social que hoje consome boa parte das finanças públicas. 

Michel Temer agilizou as concessões, promoveu a reforma trabalhista e melhorou a governança das estatais, apesar de ter concedido um aumento máster ao funcionalismo, ampliando os gastos públicos. E Jair Bolsonaro, que, independentemente da acusação de ter liderado uma suposta tentativa de golpe de Estado, promoveu a liberalização da economia, cortou os impostos e a burocracia e promoveu a venda de ativos das estatais e a reforma da Previdência. 

José Pio Martins 

O melhor presidente do período da Nova República deve ser deduzido considerada a frase do filósofo Ortega y Gasset: “o homem é o homem e sua circunstância”, pois a qualidade de uma gestão depende das circunstâncias. 

Outro ponto a considerar é o tempo do mandatário na chefia do Poder Executivo. Desde o início da Nova República em 1985, tivemos presidentes que ficaram apenas dois anos no cargo (Fernando Collor, Itamar Franco e Michel Temer) e presidentes que ficaram oito anos (Fernando Henrique) e 12 anos (caso de Lula, ao terminar seu atual mandato). 

Dito isso, meu voto vai para Fernando Henrique, por ele ter governado em ambiente pacífico, mas sobretudo por: (1) ter vencido a inflação crônica, com o Plano Real; (2) ter feito o maior programa de privatização de empresas estatais, que melhorou as finanças públicas e a eficiência produtiva; (3) ter feito o PROER (Programa e Reestruturação do Sistema Financeiro) e conseguido privatizar 30 instituições financeiras, saneando a crise do setor. 

Luiz Philippe de Orleans e Bragança 

Quando se pergunta quais foram os melhores presidentes da República, a resposta tem que ser segmentada, porque não tivemos somente uma tentativa republicana, estamos na sexta e falhando mais uma vez. 

O critério deve passar pelo respeito à Constituição, à separação de poderes, à liberdade, à estabilização política, econômica e social do país, e duas personalidades se destacam: o presidente Prudente de Moraes Barros e Jair Bolsonaro. 

Prudente de Moraes assume após a nefasta República da Espada, ditadura de Floriano que inaugurou o processo republicano e foi responsável por assassinar quase 30 mil pessoas para impor a República. Diante do caos e da perda de reputação do Brasil, Prudente de Moraes assumiu a missão de estabilizar, neutralizar e fazer uma transição. Não esteve vinculado às oligarquias militares que existiam antes e nem às oligarquias do café com leite que vieram depois. 

O segundo presidente mais importante foi Jair Bolsonaro, que praticamente estancou a corrupção, a inflação e o alto índice de violência da era PT nos 20 anos anteriores. Houve crescimento econômico real, baixa de impostos e aumento de arrecadação sustentável. 

Se fosse para a República dar certo, seria com eles. Durante a vigência dos seus comandos, as duas repúblicas tiveram lampejos de equilíbrio, prosperidade e estabilidade nacional, o que era a esperança do povo brasileiro. 

Madeleine Lacsko 

Para mim, o melhor presidente do Brasil foi Michel Temer. Não por carisma, mas por lucidez. Assumiu o país no auge da desordem institucional herdada de quatro governos petistas e devolveu previsibilidade, reformas e serenidade à política. Conduziu o governo com a discrição de quem entende que poder é responsabilidade, não espetáculo. 

Tenho saudades de Temer porque ele não perseguia seus críticos. Isso, que parecia a norma natural na abertura democrática, virou exceção desde os primeiros governos do PT. O governo Temer foi o único período deste século em que pude criticar um presidente sem receber em troca processos, pedidos de demissão, linchamentos, campanhas coordenadas de difamação e ameaças e perseguição à minha família. Também não despertava paixões nem tinha torcida organizada, o que talvez seja sua maior virtude. Quando um político vira ídolo, ele perde os limites e o país perde a lucidez. 

Paulo Briguet 

Jair Bolsonaro, o maior líder popular do país, é a antítese do que se estabeleceu desde os primórdios da Nova República, em 1985. Bolsonaro foi o único político brasileiro a ter a coragem de declarar que o rei estava nu e a reconhecer que a esmagadora maioria do povo brasileiro tem valores cristãos e conservadores. Esse mérito ninguém lhe tira.  

Ao contrário de seus odiadores, Bolsonaro não é bandido, não é assassino, não é amigo de criminosos, não é aliado de narcoditadores, não é ladrão, não é corrupto. Sua liderança, na verdade, salvou o Brasil da fome e do colapso econômico durante a pandemia, enquanto seus inimigos faziam todos os esforços para impedir o tratamento precoce, aumentar as intubações quase sempre fatais e criar um clima de medo e terror entre a população. 

Ele entregou o país com a economia em ordem, mesmo após a pior pandemia dos últimos cem anos. Nas estatais, que haviam sido destruídas pelo partido que mais elegeu presidentes na Nova República, Bolsonaro recuperou cerca de R$ 1 trilhão em divisas. Esse dinheiro salvou o país com programas emergenciais. 

Bolsonaro é, sem dúvida, o que tivemos de melhor nestes quarenta anos de escuridão. Ele nos deixou a esperança de um dia escapar daquele verso de Manuel Bandeira que é talvez a frase mais triste da literatura brasileira: “A vida inteira que poderia ter sido e que não foi”. 

Paulo Polzonoff 

O melhor presidente da Nova República foi, sem a menor sombra de dúvida, certeza absoluta, não tem nem discussão, nem vem que não tem: Itamar Franco. Que reinou entre 1992 e 1995 e cujo maior mérito (além do relançamento visionário do Fusca, claro) foi a falta de grandes ambições políticas. Foi certa mediocridade bem-intencionada, bem diferente dos delírios totalitários que prevalecem hoje em dia. O que pode soar estranho de se dizer sobre alguém que chegou à Presidência, cargo máximo da República. Mas explico. 

Vice de Collor, Itamar não se expôs na campanha, então não teve oportunidade de cometer grandes deslizes. Depois, com a queda de Collor e uma vez terminado o mandato-tampão, ele ficou na moita, dando uma opiniãozinha aqui e outra ali. Nada muito grave. Itamar Franco não tinha delírios de estadista nem parecia sonhar com estátua equestre em Juiz de Fora. Ele simplesmente cumpriu da melhor forma o seu papel. Acertou aqui, errou ali. Não tinha um plano de poder nem era produto do marketing político. Por isso mesmo talvez tenha sido o último presidente do Brasil com direito a ser humano. Ridiculamente (mas não perversamente) humano.

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