Sou policial federal, pai de família e homem público há mais de uma década. Vejo, com tristeza e indignação, o Brasil mergulhar novamente em uma crise de segurança pública sem precedentes. Todos nós, independentemente de classe social, já sentimos o peso da criminalidade, seja ao sermos vítimas diretas, seja ao vermos pessoas próximas caírem nas mãos de bandidos.
O problema do Brasil é a criminalidade sistematizada, alimentada por um conjunto de políticas e atores – como políticos, juízes, promotores, escritores e “especialistas” em geral – que, sob o disfarce dos “direitos humanos”, tratam criminosos perigosos como se fossem vítimas da sociedade. É essa distorção moral que nos trouxe até aqui.
O promotor Diego Pessi, em coautoria com Leonardo Giardin, detalha o problema em seu livro Bandidolatria e Democídio. Diego Pessi é quem melhor apresenta o conceito do tripé da insegurança. Três políticas destrutivas sustentam o caos:
• O desencarceramento, que liberta criminosos reincidentes sob o pretexto da “ressocialização”, colocando a polícia para, frequentemente, prender marginais com a ficha criminal que dá a volta no quarteirão;
• O desarmamento, que retira o direito do cidadão de se proteger e estimula bandidos a delinquirem mesmo sob a luz do dia; e
• O tráfico de drogas, motor financeiro e logístico de todo o crime organizado, seja emprestando armas, fornecendo abrigo seguro a ladrões e sequestradores ou mesmo ao marginal sob efeito de entorpecentes para cometer seus ilícitos. Em qualquer modalidade, o tráfico sempre está conectado à delinquência violenta.
Enquanto o Estado brasileiro insiste em dar “novas chances” a quem mata, estupra e rouba, o cidadão de bem é abandonado, desarmado, vulnerável e refém do medo.
O maior exemplo contemporâneo da solução vem de El Salvador, que em 2016 tinha a maior taxa de homicídios do mundo: 102 por 100 mil habitantes. Sob o comando do presidente Nayib Bukele, essa taxa caiu para menos de 2, o mesmo nível do Canadá.
Visitei o país em 2023 e conheci pessoalmente o Ministro da Justiça, Gustavo Villatoro, o CEO da transformação. O segredo foi simples: fim do desencarceramento. Em El Salvador, bandido perigoso não tem mais “saidinha”, não tem “indulto natalino” e não usa celular dentro da cadeia. Da mesma forma que nos países desenvolvidos mais seguros do mundo, a conduta ilícita gera consequências – para o marginal.
Bukele não tratou o crime com aspirina, aplicou quimioterapia institucional. Ele levou adiante duas medidas principais: plano de controle territorial associado a um estado de exceção com uma nova visão de direitos humanos, centrada nas vítimas e não nos criminosos. O resultado é histórico: de país dominado por facções, El Salvador se tornou o país mais seguro das Américas. E o povo retribuiu com 85% dos votos e ampla maioria no Parlamento.
O segundo pilar da insegurança é o tráfico de drogas, que sustenta sequestros, assaltos, execuções e corrupção. O exemplo de sucesso vem da Colômbia de Álvaro Uribe, que enfrentou as FARC, bombardeou plantações de coca e quase erradicou o narcoterrorismo.
O atual governo não combate o tráfico, e sim o alimenta
A paz só foi rompida quando seu sucessor, Juan Manuel Santos, ignorou um plebiscito popular e transformou a guerrilha em partido político. Sim, hoje as FARC têm cota para deputado e senador na Colômbia. Vale lembrar que foi Lula quem, ainda em 2008, aconselhou as FARC a se tornar um partido político, mesmo exemplo do Hezbollah no Líbano. Aliás, Lula e FARC têm uma íntima ligação no Foro de São Paulo, cuja criação em 1990 contou na abertura com a leitura da carta de um dos líderes da guerrilha colombiana, que se manteve oficialmente no grupo esquerdista até o sequestro da senadora colombiana Ingrid Betancourt, oportunidade em que saíram apenas oficialmente do Foro.
No Brasil, o lulismo segue a mesma cartilha. O atual governo não combate o tráfico, e sim o alimenta. Lula recusou-se a classificar PCC e CV como organizações terroristas, desautorizando até recomendações do governo americano. E, segundo o ex-chefe de inteligência venezuelano Hugo “El Pollo” Carvajal, o narcotráfico financiou campanhas de Lula e outros líderes do Foro de São Paulo.
Essa é a verdade que a esquerda tenta esconder: o crime é parte da engrenagem política que a mantém no poder. Veja se Lula apoia a polícia na maior operação contra o tráfico de drogas da história do Rio de Janeiro? Não. Ele silencia, não quer se indispor com seus comparsas.
A terceira parte do tripé é o desarmamento. Nenhum país se tornou seguro desarmando o cidadão de bem. Desarmar é controlar, não proteger. Os maiores ditadores da história, como Hitler, Stálin, Mao, Castro, Chávez, Maduro, seguiram o mesmo manual: tirar as armas do povo para consolidar o poder. Povo desarmado é povo escravizado.
Os Estados Unidos seguiram o caminho oposto. Nos anos 1980, tinham taxa de homicídios semelhante à do Brasil, à época (cerca de 10 por 100 mil habitantes). Hoje, mesmo com centenas de milhões de armas legais, a taxa americana é inferior a 5. Já o Brasil, após o Estatuto do Desarmamento de 2003, viu os homicídios explodirem para mais de 40 por 100 mil habitantes.
Em 2005, 64% dos brasileiros disseram “NÃO” ao desarmamento em referendo nacional, mas Lula e a esquerda, como de costume, ignoraram a voz do povo. Somente com Jair Bolsonaro o Brasil inverteu essa curva: mais armas legais, menos homicídios. Em 2019 tivemos a maior queda de assassinatos de toda a história nacional, redução de 21%, conforme estudo do professor Fabrício Rebelo (CEPEDES). O cômputo total dos quatro anos do presidente Jair Bolsonaro superou em um terço a redução de assassinatos.
O recado é claro: o criminoso teme o cidadão armado. E o governo que desarma o povo se alia ao bandido.
Desta maneira, o Brasil precisa escolher: continuar refém do tripé da insegurança – desencarceramento, desarmamento e tráfico de drogas – ou seguir o caminho da ordem, da coragem e da verdade.
Enquanto o governo atual protege criminosos, quem paga o preço são as famílias de bem, que enterram filhos e vivem trancadas em casa. A solução existe e já foi provada no mundo: encarcerar quem deve ser encarcerado, desarticular o tráfico e garantir ao cidadão o direito de se defender.
Foi assim que El Salvador se libertou. Foi assim que Bolsonaro reduziu homicídios. E será assim que o Brasil voltará a ser um país seguro, justo e respeitado sem Lula e o PT.
Eduardo Bolsonaro é deputado federal (PL/SP).

