A possível ausência do presidente Lula nas eleições de 2026 gera incertezas no campo político da esquerda brasileira. O Partido dos Trabalhadores (PT), que há décadas se organiza em torno da figura carismática de Lula, enfrenta o desafio de manter sua coesão e competitividade sem o seu principal catalisador de votos. A história mostra que o PT encontra dificuldades em eleições sem Lula, como evidenciado na eleição de 2018, quando Fernando Haddad foi derrotado por Jair Bolsonaro.

Haddad, atual Ministro da Fazenda, enfrenta um desgaste significativo devido à sua atuação no governo, o que compromete sua viabilidade como candidato. Outros nomes, como Guilherme Boulos, têm força regional, mas carecem de apelo nacional. Figuras emergentes, como Érika Hilton e João Campos, trazem pautas identitárias que não encontram ampla aceitação no eleitorado presidencial.

Flávio Dino, agora Ministro do Supremo Tribunal Federal, e Wellington Dias, ex-governador do Piauí, possuem experiência política, mas não conseguem substituir o impacto emocional que Lula exerce sobre as bases populares. A falta de um sucessor com a mesma força simbólica coloca o PT em uma posição vulnerável.

Enquanto isso, o cenário político brasileiro mudou. As eleições de 2022 mostraram um fortalecimento do campo conservador, com a direita e o centro-direita consolidando sua presença em grandes centros urbanos e no interior. Mesmo com Lula, a esquerda enfrentou dificuldades, e sem ele, a viabilidade eleitoral do PT despenca ainda mais.

O futuro da esquerda brasileira depende de sua capacidade de se reinventar e de encontrar novas lideranças que consigam dialogar com um eleitorado cada vez mais inclinado ao centro e à direita. O risco é que, sem essa renovação, o PT se torne uma força política regional, perdendo relevância no cenário nacional.

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